Mãos de aço algemadas seguram uma bandeira tendo o Guaíba como cenário. A escultura, criada pela artista plástica Cristina Pozzobon, passou a integrar a paisagem urbana de Porto Alegre no dia 26 de agosto, quando foi inaugurada no parque Marinha do Brasil. Trata-se de uma homenagem a Manoel Raimundo Soares, encontrado boiando com os membros imobilizados por um arame após ser preso por agentes da ditatura militar. Conhecido como O Caso das Mãos Amarradas, o assassinato de Raimundo ocorreu há exatos 45 anos.
A iniciativa integra o projeto Direito à Memória e à Verdade – A Ditadura Militar no Brasil (1964-1985, organizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e executado pela Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (ALICE). A cerimônia contou com a presença da ministra Maria do Rosário, da SDH; do coordenador da Comissão da Anistia, Paulo Abrão; do governador do Estado, Tarso Genro; do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati; do presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde; e da presidente da Câmara Municipal, Sofia Cavedon.
Também compareceram o coordenador do projeto Direito à Memória e a Verdade na SDH, Gilney Viana; o fundador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke; o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Caso das Mãos Amarradas em 1967, Rosa Flores; e ex-presos e militantes políticos, entre eles Ivan Seixas e Susana Lisboa.
O projeto Direito à Memória e à Verdade tem a proposta de resgatar o período histórico da ditadura militar e (1964/1985), responsável por graves conseqüências na vida nacional, especialmente na violação dos direitos humanos. Desde 2006, já foram instalados 26 memoriais e montadas exposições fotográficas itinerantes já visitadas por 3 milhões de pessoas.