A Alice é um buraco de fechadura. Por meio dela, os leitores podem espiar a realidade de populações invisíveis na chamada grande mídia: moradores de rua, idosos, prostitutas, presidiárias. Trabalhando com estes grupos na produção de veículos de comunicação, a agência preenche uma falha histórica na documentação da realidade e contribui para o desenvolvimento da consciência crítica da população. Esta proposta – que inclui a coordenação do jornal Boca de Rua – rendeu à Ong o prêmio Pontos de Mídia Livre, conferido pelos Programa Cultura Viva e Mais Cultura, ambos vinculados a Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura.
Criada há 10 anos, a Alice defende a idéia de que a comunicação é um direito humano e, portanto, precisa ser democrática. O mesmo conceito norteia o seu funcionamento. Todos os projetos são auto-gestionáveis e até mesmo a administração da instituição conta com a participação das equipes multidisciplinares de apoio técnico. Por este sistema incomum, a Alice já inspirou mais de 30 trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado nas áreas de comunicação, psicologia, educação, história e administração.