Facebook Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça

Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça

Está no ar, no facebook, a página “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça“. Criada pela jornalista Vera Rotta, com apoio da também jornalista Lena Annes, a página foi criada para contar e lembrar aos brasileiros o que foi o período da ditadura de 1964 no Brasil. Segundo Vera Rotta, “no momento em que se configura um golpe para tirar da Presidência da República uma governante legitimamente eleita por mais de 54 milhões de votos é crucial lembrar um pouco da história recente deste país. Dediquei grande parte da minha carreira ao assunto dos mortos e desaparecidos da América Latina, e analisando tudo que vi e apurei nesses anos posso afirmar que o que está acontecendo hoje na recente democracia brasileira – um congresso na mão de corruptos, a tentativa de golpe em curso com apoio dos setores mais reacionários da mídia, do empresariado, das instituições e de parcela da população – nada mais é do que o reflexo de nunca termos realmente olhado de frente e apurado e punido os crimes – torturas, assassinatos, expurgos, entre tantos outros – cometidos no período ditatorial.”

Vera Rotta foi secretária executiva da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República. Coordenou a equipe e editou o livro sobre os mortos e desaparecidos brasileiros – primeiro documento oficial sobre o assunto lançado em agosto de 2007 no Palácio do Planalto, em Brasília. Participou também, como delegada, do GT sobre direito à memória e à verdade, da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul.No entender da jornalista, “é fundamental que as novas gerações entendam tudo o que aconteceu para evitar que esse tempo sombrio, onde as pessoas não podiam se manifestar, emitir opiniões, muito menos se reunir e reivindicar, volte a acontecer. A memória dos acontecimentos passados é peça indispensável para tomar posição frente ao que ocorre hoje no Brasil.”

No período em que esteve na SDH, em parceria com a Ong A.L.I.C.E., circulou por mais de 50 cidades brasileiras, além de Buenos Aires (Argentina) e Coimbra (Portugal), com a Exposição fotográfica “Direito à Memória e à Verdade – A ditadura no Brasil 1964 – 1985”. Junto com a A.L.I.C.E. também coordenou o projeto “Pessoas Imprescindíveis”. Esse projeto colocou em dezenas de cidades brasileiras, monumentos e placas – criados pela artista plástica Cristina Pozzobom – em homenagem as vítimas da ditadura civil militar no Brasil.

A página “para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça” está aberta á contribuições e a cada um que quiser contar os desmandos e as violações dos direitos humanos cometidos no Brasil durante o período ditatorial. Ainda existem muitas histórias dessa época que não foram contadas e é fundamental que venham à público.

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