Grande como um continente, o Brasil costuma ser associado a superlativos. Sua maior grandeza, porém, é construída por pessoas simples, com suas histórias quase secretas, nunca documentadas. Na contramão da tendência em glorificar os ricos, famosos e extraordinários, a palhaça, bonequeira e poeta Genifer Gerhardt viajou pelo País recolhendo e transformando em arte este “Brasil Pequeno”. O trabalho tem objetivo semelhante ao da Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (ALICE), que há 18 anos trabalha para revelar o que a sociedade não vê. Por isso, o Sarau Alice de julho – ocorrido no bar Divina Comédia (República, 649) – apresentou o espetáculo em miniatura de Genifer com relançamento e autógrafos do livro homônimo de sua autoria, publicado pela Editora Libretos.
“Tem história que é da Bahia, tem do Rio Grande do Sul também. Vai para Tocantins, desce para o Paraná, segue o bordado em Minas Gerais. Tudo alinhado feito colcha de retalhos de avó – para lá, para cá. ‘Brasil Pequeno Itinerante’ é um espetáculo de Teatro de Bonecos em Miniatura que fala de pessoas. Pessoas que encontrei em viagens pelo Brasil, conhecidas em olhos, ouvidos e afetos. Os bonecos carregam as histórias de cada estar e de cada sentir. Carregam a grandeza que habita o detalhe”, explica Genifer.
Além da bonequeira, o Sarau ofereceu a seu público as apresentações dos músicos Cristiano Hanssen, Nivaldo José, Correa e Cláudio Veiga e Clebes Pinheiro, além da poesia de Gonçalo Ferraz e Fátima Farias. Na ocasião, também foi montado um bazar de arte e artesanato com expositores como Santiago, Moa, Edgar Vasques e Rafael Correa; dos artistas visuais Augusto Abreu, Ernani Chaves, Amaro Abreu; dos fotógrafos Otávio Teixeira, Marco Nedeff, Eneida Serrano e Luiz Abreu; das artesãs Lúcia Achutti e Rosina Duarte; dos escritores Rafael Guimarãens, José Antônio Silva, Dois Santos dos Santos; dos músicos Vinícius Correa e Cláudio Veiga (Batuque de Cordas), Nivaldo José e Maria Lúcia, entre outros.
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