A experiência da visita ao Boquinha e Boca de Rua foram sensacionais! Como não sou natural de Porto Alegre (moro na capital há um ano e meio apenas), fiquei impressionado por conhecer um projeto deste porte, e muito melhor ainda poder conhecê-lo na forma de um espaço de educação não formal para um trabalho da faculdade. Há vários elementos da estrutura, organização e dinâmica dos projetos que me impressionaram. A começar, gostaria de elogiar Rosina, coordenadora do projeto, pelo seu empenho. É tão bom ver uma jornalista que se dedica a um trabalho social que abre um espaço alternativo em cima das mídias tradicionais. Antes de estudar Pedagogia, eu estudava Comunicação Social, então fiquei encantado com a direção que Rosina deu à sua formação e a tenho como um grande exemplo de educomunicadora – é assim que todos os que trabalham e convivem nestes dois projetos devem se enxergar. Sobre outros aspectos, me chamou atenção os princípios que regem o Boquinha e o Boca de Rua: o respeito, a relação com a arte, a comunicação afetiva dos participantes, a tomada de decisões de forma verdadeiramente democrática. É sobre estes fatores que um espaço de educação não formal deve se pautar principalmente. Não importa a quantidade de oficinas que sejam oferecidas, o número de profissionais de diferentes áreas atuando nem o tamanho do público atendido. A educação não formal só ocorre, de fato, quando os tipos de princípios prezados pelo Boquinha e Boca de Rua são levados à cabo, pois é isso que realmente garante a qualidade de espaços assim.
Eduardo Rech Mandelli, estudante de Pedagogia pela PUC-RS.